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Para que lado vai tombar a São Silvestre de Braga?
15.12.2017
Estamos a entrar no período de fim de ano dedicado, em termos atléticos, às corridas de São Silvestre e é já neste domingo, 17 de dezembro, que se corre a quadragésima edição da São Silvestre de Braga, um número bonito que faz da prova da Bracara Augusta uma das mais antigas do género em Portugal, e que volta a ter a organização técnica a cargo da Runporto.
A prova foi apresentada em conferência de imprensa levada a cabo na pretérita quarta feira, e então foi divulgado o lote de participantes de elite, o qual permite antecipar uma competição de elevado nível. Compete, pois, perguntar para que lado vai cair o triunfo na corrida de domingo.
No sector masculino pode dizer-se que dois nomes emergem principalmente, os de Daniel Pinheiro e Ricardo Ribas. O primeiro tem-se destacado recentemente, o segundo tem um nome feito no atletismo. Daniel Pinheiro correrá pelo seu novo clube para a temporada 2017/18, o Águias de Alvelos, e teve um ano de 2017 muito forte nas competições da Runporto, coroado pelo recente segundo lugar na Maratona do Porto, no início de novembro, com um excelente recorde pessoal de 2h17m57s. O ano passado foi terceiro nas ruas bracarenses, desta vez quer chegar mais acima. Ricardo Ribas, desde há largos anos no SL Benfica, atleta que já ficou no top-ten da maratona em Campeonatos Europeus e foi olímpico da distância no Rio de Janeiro, está numa fase muito adiantada da carreira, mas ainda terá uma palavra a dizer.
Um outsider, como é de uso referir-se, poderá ser Luís Saraiva. O fundista do SC Braga foi uma revelação interessante do fim de ano passado e início de 2017, e na São Silvestre acabou em segundo lugar, apenas atrás de Rui Pedro Silva. Se encontrar um momento de forma semelhante, pode baralhar prognósticos. Depois há ainda um lote de fundistas que esperam aproveitar uma eventual oportunidade, ou pelo menos marcar posição, como Ricardo Vale, Jorge Santa Cruz, Mihail Lalev e Hugo Almeida (todos do SC Braga), Nuno Costa e Carlos Costa (S. Salvador do Campo), e Ricardo Pereira (Jardim da Serra).
No lado feminino a luta pelo triunfo promete ser, principalmente entre Filomena Costa (Jardim da Serra) e Silvana Dias (SL Benfica), duas atletas de gerações diferentes, mas algo justapostas, e com carreias muito diferenciadas. Filomena, uma das melhores maratonistas europeias, ganhou a prova em 2014, foi terceira em 2011, e quinta nos anos de 2013 e 2015, portanto está habituada a lugares cimeiros no evento, e corre literalmente em casa, já que trabalha na Universidade do Minho. Silvana Dias, da formação do UD Várzea e antiga dominadora nacional dos escalões jovens no crosse, também não está demasiado longe de casa e tem tido recentes atuações interessantes, sendo certo que irá melhorar o resultado de quarta, obtido na grande cidade minhota em 2014. De entre as duas Filomena Costa terá, ainda assim de ser considerada a maior favorita, pois ainda no passado domingo, em distância igual à da São Silvestre, ganhou a Silvana Dias, com um segundo lugar no Grande Prémio de Natal lisboeta, apenas atrás de Sara Moreira, e com três posições e largos 82 segundos de vantagem sobre ela.
Mas há que ter ainda em atenção que a vencedora do ano passado, Clarisse Cruz, está inscrita, e mesmo já sem o fulgor de 2012, quando brilhou nos Jogos Olímpicos de Londres nos 3000m obstáculos, não quererá desistir antecipadamente de arbitrar a contenda entre aquelas duas.
Quanto a essa “arbitragem”, a presença da etíope Yeshimebet Tadesse constitui um pequeno enigma. A segunda classificada em 2009 na Maratona do Porto é uma fundista de classe mundial, tem à maratona um máximo pessoal, inclusive, bem superior – com 2h26m17s – ao de Filomena Costa, mas resta saber a sua forma atual, na base de que em 2017 a sua referência naquela distância não passa de 2h40m31s, na maratona chinesa de Xiamen.
Tal como para os homens, para além das citadas, haverá ainda outras boas atletas a esperar lugares cimeiros, como Marta Martins, Vanessa Carvalho e Jéssica Pontes (todas do SC Braga) e Sara Duarte (Sporting CP).
Tendo ultrapassado já há algum tempo as três mil inscrições para o conjunto do evento, e esperando-se que esse total possa aproximar as 4 mil pessoas, a São Silvestre de Braga vai festejar os seus 40 anos com uma grande enchente e certamente com competição rija entre os melhores.