0240UTILIZADORES ONLINE

Conversa com Sara Moreira

Na entrevista deste mês temos como convidada Sara Moreira, atleta que se destaca na modalidade de atletismo. Sara Moreira nasceu a 17 de outubro de 1985, em Roriz (Santo Tirso) e é atualmente uma das grandes atletas profissionais portuguesas de meio fundo e fundo. Entrou no atletismo aos oito anos no Núcleo de Atletismo de Roriz, o seu primeiro clube. Em 2013, fez uma pausa na sua carreira, para ser mãe, mas voltou em força, estreando-se na prova de 42 km, com um terceiro lugar na prestigiada Maratona de Nova Iorque.

Neste momento prepara-se para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, onde será uma das representantes lusas na prova da Maratona.

Entre os dias 14 e 16 de maio esteve presente nos Campeonatos Ibero Americanos de Atletismo, prova de teste para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, e conquistou a medalha de ouro nos 5.000 metros. Como foi esta experiência?

SM – É verdade, a ideia dos Ibero Americanos surgiu por ser no Rio de Janeiro, para perceber em que contornos se vão realizar os Jogos Olímpicos. Não encontrei o melhor cenário, mas a experiência em si foi enriquecedora.

No panorama politico-desportivo vigente em Portugal, não é fácil viver apenas do atletismo. Tem sido difícil gerir a sua carreira como atleta profissional?

SM – Neste momento para mim é possível viver do atletismo porque tenho um clube, uma marca e um apoio estatal que me permite fazê-lo, mas tenho que alertar que tal só é possível pelos resultados que fui alcançando nos últimos anos. É preciso haver uma aposta séria no desporto em geral para que se permita a obtenção de bons resultados.

A Sara é uma referência para muitas jovens que sonham com uma carreira no desporto feminino. Como encara este papel?

SM – É gratificante para mim ser abordada e vista como uma referência. Espero que vejam em mim a possibilidade de acreditarem nos sonhos de cada um, porque é possível com muito trabalho.

Em 2013 foi mãe de um menino. Como tem sido balançar a sua vida pessoal com os compromissos profissionais?

SM – O Guilherme mudou a minha vida, passei a ver o Mundo de outra maneira e a relativizar pequenos pormenores que antes dava imensa importância e que, na verdade, não têm.

Para terminar, tendo em conta o papel desempenhado pelas mulheres na sociedade contemporânea, pensa que eventos como a Corrida da Mulher, que é exclusivamente feminina, são importantes para o desenvolvimento da prática desportiva no público feminino?

SM – São, sem dúvida, muito importantes e nesse aspeto penso que a Runporto está de parabéns porque tem contribuído para que o aumento seja real. Nunca antes se viu tantas mulheres a praticar exercício e a preocuparem-se com o seu bem-estar como agora.

close